quarta-feira, 12 de junho de 2019

AS CORES QUE CURAM

A loja toda colorida me trouxe a sensação de estar dentro de um parque de diversões, mas ao mesmo tempo em que as cores me encantavam, a imensidão de peças me deixava boquiaberta. O que fazer? como fazer? Por onde começar?

Comecei pelas pequeninas miçanguinhas multicoloridas. Pensei... vou fazer um cordão. Escolhi as cores que eu queria, chamei o vendedor ( que trabalha nessa loja até hoje), e perguntei como eu poderia finalizar o cordão. Quais ferramentas seriam necessárias? Explicações dadas, comprei e levei para casa as minhas primeiras possibilidades. Comecei a "brincar de me curar". Aquele universo que eu desconhecia, o universo da criatividade, começou então a surgir diante de mim. De miçanga em miçanga, comecei a recriar minha história. Fiz colares e pulseiras. Um dia, uma amiga chegou em casa e me perguntou quanto custava o conjuntinho. Pensei, que legal! Ainda vou ganhar uns trocados fazendo isso? Ai, fechei meu primeiro negócio. Um conjunto de colar e pulseira para ela dar de presente. Depois, essa mesma amiga, que tinha 50 clientes (ela fazia massoterapia), me perguntou o que ela poderia dar de presentes para as clientes, no Natal. Pensei, pensei, e daí surgiu a ideia de fazer marcadores de livros feitos com miçangas. Uau!!! Minha segunda encomenda. Comecei a visitar a loja com mais frequência e a solicitar cada vez mais a ajuda do vendedor. Fui aprendendo assim a confeccionar diversas peças de bijuterias. Finalmente, eu estava adiante de um dom que eu desconhecia - trabalhos manuais, arte. Um dom que me traria mais tarde, completa realização pessoal. ( isso conto depois).

As cores sempre fizeram parte da minha vida. Sou uma pessoa colorida. Mais as cores que me curam tem uma matiz diferente. A cada dia diversas imagens de colares, pulseiras, e brincos passeavam pela minha mente sem que eu conseguisse  dar conta de tanta criatividade. Sou completamente apaixonada por ela - criatividade.  E, onde entra a síndrome do pânico?  A partir desse momento, com o auxílio da medicação, terapia e as cores que invadiam a minha vida ela se aquietou. Foi embora. Achei que ela não voltaria mais.

Mas, depois de 10 anos, ela voltou. Tive então a segunda crise de pânico. E aí, nesse momento tomei a decisão mais importante e libertadora da minha vida. Eu ia conhecer essa danada de perto e nunca mais a teria tão presente em minha vida. Voltei ao psiquiatra. Voltei a medicação. Mudei a terapia. E comecei a me olhar de forma mais atenta. O importante para mim nesse momento era me "descobrir". Percebi que eu precisava me conhecer e re-conhecer mais.

Com esse olhar mais atento, comecei a trilhar outros caminhos... O caminho da libertação dos meus medos....