quarta-feira, 31 de julho de 2019

AS ARMADILHAS CONTINUAM

Essa tal síndrome é uma armadilha. Quando eu acho que estou firme em cima da prancha, ela vem e tenta me dar um caldo. É impressionante o caminho que a adrenalina faz no meu corpo, ela vai chegando de mansinho e tomando conta de todo o meu peito, deixando tudo mais quente. Aí, nesse momento já sei que é a ansiedade chegando. Acho que ansiedade uma vez instalada realmente fica fazendo morada dentro da gente. E a única forma de conviver  com essa hóspede inconveniente, de maneira saudável, é respeitando os limites e conhecendo a fundo os hábitos de cada uma. Acredito que dá para fazer bodas de convivência, mas autoconhecimento para mim, é fundamental.  Agora já reconheço alguns sintomas, já é mais fácil identificar. Sabe o que eu faço? Respiro. A yoga me trouxe uma respiração chamada "respiração abdominal". É simples! basta inspirar enchendo o abdome de ar como se fosse um balão, depois expira soltando todo o ar. O tempo que eu levo prestando atenção no encher e esvaziar o abdome, meu foco muda de atenção e eu saio dos sintomas da ansiedade. Ufa!!! mais um vitória. 

Lembro sempre de algumas frases que minha psicanalista sempre diz: - viver não é fácil, ficar mal é fácil, é só ficar num cantinho reclamando;  A vida é feita de alegrias e tristezas e nem toda tristeza é depressão e nem toda ansiedade é doença.! Procuro sempre lembrar disso toda vez que a dona ansiedade vem me visitar sem ter sido convidada. 

Não acho que seja fácil trilhar o caminho da cura para a síndrome do pânico, para a depressão, para ansiedade. Mais acho que existem alguns atalhos que podem ser usados. Eu uso muito o atalho da criatividade. Criei uma marca de bijuterias chamada Feitoporgita. A partir daí comecei a trabalhar com o universo das cores, da criação, da criatividade. E, posso assegurar que não tem nada mais gratificante do que perceber que estou ampliando meus horizontes. Indo muito além do que eu achava que podia. Hoje, ainda não sei nadar, mas já tomo menos caldos. 

                               Então.... momento de respiração abdominal



terça-feira, 2 de julho de 2019

FUGINDO DAS CILADAS

Nessa nova etapa da minha vida, encarar a síndrome do pânico de frente foi a melhor opção, pois o medo nos paralisa. A síndrome do pânico nos amedronta. Mais eu tinha decidido que dessa vez ela não iria me dominar. Ela não ia ficar tirando onda comigo dessa vez...Dessa vez não. Voltei ao psiquiatra, voltei a medicação, continuei na terapia e busquei informações. Eu precisava saber "com quem ou que" eu estava lidando. 

Entrei em alguns grupos e comecei a ver que os sintomas eram os mesmos, até os mais "esquisitos". Então quando o meu corpo começava a trazer a tona alguns sintomas, aquilo já não me deixava em pânico. Eu já não corria mais para os hospitais achando que ia morrer. Nesses momentos eu buscava amigos que pudessem conversar comigo. E a medida em que eu ia falando, o meu olhar saía dos sintomas e eu ia melhorando. Então o que começava como crise de ansiedade não evoluía para o pânico. Assim, eu comecei a dar conta dela. Da ansiedade e da síndrome. Comecei a entender os caminhos. Sentia quando ela sorrateiramente ia chegando, aí além de usar o SOS (medicamento para ansiedade) eu usava o meu SMA (Socorro, Meus Amigos rsrsrs). E também usava como recurso as bijuterias. O universo criativo tira o olhar sobre nós mesmos e coloca o nosso olhar em outro foco. Isso ajuda muito.

Eu estava decidida a não cair mais na cilada da ansiedade, dos pensamentos acelerados e/ou qualquer outra coisa que pudesse me levar ao encontro dela (ansiedade). Então fiz yoga, meditação, exercícios físicos, religião, amigos, bijuterias, e....tudo o mais que pudesse contribuir para o meu bem estar. aprendi que a minha obrigação é ser FELIZ! E sou!! 

Tantos anos se passaram depois da primeira crise,e hoje me percebo muito melhor e mais feliz do que já fui um dia. Pode parecer balela, mas não é.
Sei que a síndrome do pânico é uma doença difícil, assim como todas as outras doenças da psique, da alma, mas sei também que existem muitos caminhos e escolhas para serem trilhados e para serem feitas. Eu escolhi vencer essa dura batalha e tive muita ajuda por esse caminho todo que trilhei. 

Acho que o mais difícil de tudo é a falta de informação e entendimento das pessoas que convivem com a gente. Vi nesse trajeto todo muitas amigas me olhando sem entender aquilo tudo que eu sentia, mas o mais gratificante nisso tudo foi perceber que mesmo sem entender e sem saberem o que fazer, estavam ali do meu lado. Correndo para a minha vida a todo instante que gritava por socorro. Dou graças a vida por todos os SMA que lancei e que tive retorno. 

Posso dizer com o coração cheio de amor por todos eles -  amigos e familiares que me abraçaram e me guiaram pelos hospitais que passei ao longo de todo esse doloroso trajeto, o meu muito obrigada. A minha eterna gratidão. O meu eterno amor. 

E hoje, me junto a todos eles para rir disso tudo. Rio mesmo. Aprendi a rir de mim mesma. Ah! mais acabou? Não!!! Ela, a ansiedade, continua convivendo comigo, só que agora de uma forma mais harmônica. Não existe mais a dominação. Ninguém domina ninguém. Chegamos a um acordo de convivência mútua.

Eu decidi ser feliz! E decidi também compartilhar a minha trajetória porque acho que sempre podemos ajudar de alguma forma com as nossas experiências. 

Transformei os meus medos em alegria, em cores, criatividade e bijuterias. Mais isso.... eu conto depois....