quinta-feira, 30 de maio de 2019

O DIAGNÓSTICO

A falta de informação sobre as doenças que afligem a alma/mente leva as pessoas de um geral, a terem muitos preconceitos. Psiquiatria é das uma especialidades que passam por esse corredor - o corredor do preconceito. Só de falar "procura um psiquiatra" as pessoas já respondem de pronto: - Não!! isso é médico para maluco. 

Para mim, procurar um psiquiatra era a possibilidade de encontrar a cura para aquilo que tanto me afligia. Cheguei à consulta cheia de expectativas. Na verdade, nem sabia como era uma consulta com um psiquiatra. Contei tudo que passei durante 2 meses. Todas as angústias, aflições, medos, sintomas, e veio o diagnóstico - SÍNDROME DO PÂNICO. Segundo ele, a minha "versão" era leve e com 1 ano de medicamento eu já estaria equilibrada (segundo a minha vivência, a ansiedade, que leva ao pânico, não tem cura - ela permeia entre autoconhecimento e equilíbrio emocional).

Já diagnosticada, com a indicação de uma terapeuta, e a receita na mão, parti para cuidar de mim. Percebi naquele momento que eu precisava dar um outro olhar para minha vida. De repente, tudo ficou diferente. Eu era um ser mortal, que precisava lidar com alguns limites, e com um monte de diálogos que o meu corpo insistia em travar comigo. Ele não entendia que eu não queria aquele tipo de papo. Que eu queria continuar levando a vida que eu tinha antes. O que eu não sabia até então era que a partir daquele momento uma nova Gita, nascia dentro de mim. E quer saber? Gosto muito mais de mim hoje. Sabe porque? - Por que hoje me conheço muito mais. Conheço meus limites - entenda que quando falo limites, não estou me fechando num determinado espaço, com medo de ir a luta. Não! Muito pelo contrário, estou indo até onde me é confortável e saudável. Hoje, a minha prioridade é o meu bem estar. O limite é não ultrapassar a barreira entre o meu bem estar e o que as pessoas querem ou esperam que eu faça.

Não é fácil passar por essa doença, esteja ela numa versão, leve, moderada ou forte. Porque os sintomas são os mesmos, o que diferencia é como cada um os vivencia. O que faço aqui neste espaço é escrever sobre as minhas vivências e as coisas que aprendi sobre essa doença, porque acho que compartilhar conhecimento é possibilitar ao outro uma nova visão para as mesmas coisas.

Comecei a terapia com uma profissional, à qual dedico uma eterna gratidão. Ela me fez uma pergunta que trouxe para mim um grito de liberdade: - Você tem algum dom para trabalhos manuais? Eu disse, não. Até descer a escada rolante, da galeria aonde ficava o consultório dela e me deparar com uma gigantesca loja que vendia peças para montagem de bijuterias. Encontrei ali o meu parque de diversões....


quinta-feira, 23 de maio de 2019

A busca

"Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele. Por isso, o universo de cada um, se resume ao tamanho do seu saber".  Albert Einstein


Refletindo sobre essa frase percebi o quão  importante foi buscar o autoconhecimento, para que o meu universo estivesse repleto de "Eus".  Consegui expandi. Nada como uma boa terapia para isso!!!

Buscar informações sobre a doença, conhecer e reconhecer os sintomas, perceber a importância da medicação (não a automedicação. Isso nem Pensar!!), fazer terapia, exercícios, Yoga, meditação, tudoooo. Foi isso que eu fiz. É isso que eu faço! Faço tudo o que possa me trazer bem-estar.


Se o meu universo se resume ao tamanho do meu saber,  eu quero saber muito.! Eu quero saber tudo que eu puder assimilar. Sem pressa, sem agonia, sem desespero.



terça-feira, 21 de maio de 2019

"SOB controle"

O principal objetivo deste blog é compartilhar experiências. Trazer à tona situações vividas a partir do momento em que me deparei com a primeira crise de pânico que tive na minha vida.
Não é um espaço para falar só de dores. É um espaço para falar também das conquistas, das alegrias,  e das cores.
Sim! É possível conviver com a síndrome do pânico e tirar proveito dela. É possível transformar as dores em aprendizado. É possível ver as cores que a vida nos traz a cada dia que amanhece.

A primeira crise aconteceu num final de semana de 2004. Tudo parecia "Sob controle". Almoço em família, risos e brincadeiras. Voltei para casa. Sentei na minha cadeira preferida e de repente... lá estava ela. Se apresentando para mim, de uma forma abrupta, sem nenhum aviso, e ...pronto!!! Corri para o hospital, (que graças a Deus, tinha ao lado da minha casa, na época) achando que estava infartando. Fui medicada, colocada em observação, e saí de lá horas depois sem saber o que tinha acontecido comigo. Lábios roxos, tremedeira, face pálida. Primeiro Rivotril da minha vida.

Voltei para casa com uma sensação de estranhamento. O que teria sido aquilo? A partir daí outras sensações estranhas foram acontecendo. Me vi saindo das conduções. Saindo dos shoppings. Dos supermercados. Muita gente junta começava a me incomodar.

Primeira descoberta -  Sou um ser mortal. Me descobri com medo da morte. E a partir desse momento comecei a fazer um itinerário que nunca tinha feito antes - Consultórios Médicos. A cada dor, a cada espinha, a cada formigamento, a cada taquicardia, eu corria para os médicos. Fazia exames. EU precisava saber que tudo estava bem, para aprender a lidar com um monte de sensações que o meu corpo começava a apresentar. E como ele apresentava sintomas!!! Meu corpo nunca falou tanto comigo como nesse primeiro ano em que convivi com tamanha algazarra dentro de mim! Foi assustador!

Até o dia em uma amiga me apresentou a tudo isso! - Gita, você está com síndrome do pânico. Minha filha teve esses mesmos sintomas que você. Conselho: Procura um psiquiatra. E, sem nenhum preconceito... Lá fui eu.