domingo, 19 de abril de 2020

A SÍNDROME DO PÂNICO X QUARENTENA

E, depois de tantos dias sem aparecer por aqui, voltei.! Num período de quarentena não têm como não entrarmos em contato com os nossos fantasmas, e por conseguinte entramos em contato com os fantasmas dos outros também. Empatia? compartilhamento de fantasmas? Sei lá!!!
Só sei que esse é o momento onde cada um, dentro de um mesmo espaço, tenta dar conta dos seus medos, dos seus anseios e com a soma dos dois que juntos, isso pode se transformar num caos.

Imagina que para quem lida com a batalha diária de dar conta da ansiedade geradora do pânico, que a toda hora gera em nós sintomas internos além da conta, nesse momento temos que dar conta também dos sintomas externos. O que posso dizer é que tudo que eu sempre fiz para vencer as minhas batalhas internas, hoje nem consigo fazer para dar conta das externas. Rotina? não exite mais. Yoga? em casa não consigo fazer. Disciplina? me vejo perguntando para quê? Enfim... agora para mim é um momento de reconstrução. Cada dia de cada vez, literalmente. Essa é a forma que estou usando para ser capaz de lidar com um turbilhão de sentimentos, de emoções que ecoam para todos os lados. E, me vejo com orgulho triunfando nos meus caminhos desordenados. 

Trouxe para casa um pedacinho do meu ateliê e a cada dia "quando dá vontade", crio minhas peças. Algumas tantas já foram criadas e batizadas por uma amiga de "coleção quarentena". Hoje minhas hastegs são: #quarentenainspiradora, #quarentenasustentável #fiqueemcasa. Como faço tudo dentro da minha pequena empresa, estou aproveitando para aprimorar alguns conhecimentos e para aprender outros, fazendo alguns mini cursos online gratuitos,  participando de palestras e talks. Tudo é válido para mudar o foco de um corpo que fala pelos cotovelos. kkkkk

Hoje, não existe rotina para mim, e não me cobro isso. Trancada dentro de um apartamento, respeitando a quarentena, como deve ser, não preciso de horários para nada. E nem os dias da semana já não importam mais. Reparei que o tempo hoje passa a ter um novo significado. Todo dia pode ser segunda, todo dia pode ser sábado, todo dia pode ser sexta. Não assisto TV como antes. 

Meu tempo hoje está dividido entre falar com os amigos, família e afetos pelo whatsApp, pelo zoom, pelo messenger, por qualquer canal que me permita entrar em contato com as pessoas que amo; criar novas peças para quando tudo voltar à um  "novo normal" ( nada será como antes, e gosto disso. Acho que gosto dessa mudança que acredito, acontecerá para algumas pessoas desse mundão aí afora); leio livros que antes estavam guardados em prateleiras; tomo uma cerveja gelada sentada numa cadeira de praia e olhando para minha praça e todo o verde que traz consigo; planejo minhas novas conquistas - sou uma sonhadora nata; e aprendo uma nova lição - aprendo a conviver (depois de 33 anos morando sozinha, hoje compartilho minha vida com pessoas que amo, mas que não faziam parte do meu acordar e do meu dormir.) E, posso dizer: Isso é uma revolução. Ou será Evolução?  Não sei ainda, e como já disse, não me cobro mais nada. Um dia eu descubro. Só sei que gosto disso.😀

A cada dia me cobro cada vez menos, e isso foi um dos aprendizados que a síndrome do pânico trouxe para mim.  Autoconhecimento também. Um olhar mais afetuoso para mim mesma. A arte. A criatividade. A fé. A beleza hoje para mim também têm um novo significado. Um novo olhar sobre tudo que já foi visto antes. Nossa!!! Muita coisa mudou. 🙏


  
Um pedacinho da minha praça para vocês.! 
                                                                                    Um pedacinho da minha arte.







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